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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Análise - Resident Evil 7

Depois da má recepção que Resident Evil 6 recebeu em seu lançamento, o próximo jogo da série precisava analisar as falhas de seu antecessor e traçar um caminho novo para o futuro. Resident Evil 7 biohazard é a tentativa da Capcom de inovar como o quarto jogo da série fez e trazer a série de volta as raízes, porém, o esforço resultou em um jogo realmente bom?

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RE7 coloca os jogadores na pele de Ethan Winters, um protagonista civil, diferente dos outros protagonistas da série que vieram de um fundo policial. Ethan recebe uma mensagem de sua esposa desaparecida Mia, e se dirige para a cidade de Dulvey, na Louisiana, onde acaba por se envolver com os Bakers, uma família de fazendeiros que foi vítima de alguma infecção.

Os gráficos são aceitáveis, não é nada muito bonito, exceto por alguns personagens como Mia. Mas em um mundo onde temos gráficos como Final Fantasy XV e Bloodborne, Resident Evil 7 acaba por ficar apagado.
Elementos possivelmente escaneados em 3D aparecem com um bom nível de detalhe, porém, isso não se mantém para todos os objetos do jogo. Não é um jogo totalmente feio, porém não pode ser classificado como um marco gráfico.

O design de som do jogo é bom. É possível escutar os inimigos andando pela casa e isso aumenta muito a tensão, barulhos no ambiente e músicas bem colocadas, como da safe room, fazem de RE7 um dos jogos com melhor design de som dos últimos anos.


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O gameplay já inicia se diferenciado do anterior pela sua câmera. Resident Evil 7 é um jogo em primeira pessoa, possivelmente para modernizar a sensação causada pelas câmeras fixas dos primeiros jogos e possibilitar a imersão em Realidade Virtual. Outra notável influência para a escolha da câmera é o sucesso de jogos como Outlast, P.T e Alien Isolation.
Mas nem só de modernidade é que Resident Evil 7 se baseia. Há diversos elementos clássicos de volta. Gerenciamento de inventário, níveis de vida indicado por cores e backtracking pelo ambiente para resolver puzzles e prosseguir.
Em respeito a jogabilidade de armas, combate corporal, não há nada de muito inovador.

Como citado anteriormente no texto, os antagonistas dos jogos são os membros da família Baker. Jack, Marguerite e Lucas compõe o núcleo principal da família e o jogo pode ser dividido por estágios onde cada um é o vilão.
Após uma pequena parte introdutória para questões de jogabilidade e história, temos a parte "Jack" do jogo. Jack, o pai de família, age de maneira parecida com o Alien de Isolation, aparecendo em momentos aleatórios para perseguir o jogador, não podendo ser derrotado, somente derrubado por alguns instantes, também é possível fugir ao invés de enfrenta-lo.
Durante a sessão com Jack é que o jogo parece mais um Resident Evil. Apesar das novas mecânicas de perseguição, a sessão da casa principal dos Bakers é como os jogos da série clássica:Safe rooms, chaves específicas para abrir portas, puzzles e exploração de cenário. Os encontros com Jack são hilários, o personagem é muito bem escrito e encontrá-lo é assustador ao mesmo tempo que é divertido. A primeira sessão do jogo é excelente, porém o mesmo não pode ser dito para o resto.


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Marguerite Baker faz parte da segunda "fase" do jogo. Novamente, o jogo remete aos clássicos Resident Evil, nesse caso, a parte da Guardhouse. Há insetos, lança-chamas e a própria velha louca para atrapalhar o jogador. Porém, a partir disso, RE7 sofre de um péssimo level design. Muitas vezes fazemos coisas repetidas em espaço pequeno, simplesmente porque sim, o que, ao menos para mim, gerou dor de cabeças e estresse desnecessário. Apesar do design horrível, a parte ainda diverte e tem uma ótima luta com chefe.

A terceira parte do jogo fica por conta de Lucas Baker. Aqui temos uma mudança no que havia nas partes anteriores. Não há ninguém te perseguindo, e o foco fica por conta de puzzles, em sua maioria simples. Aqui, apesar de um dos puzzles mais divertido da série,fica escrachado a falta de vontade, ou competência da Capcom de manter o nível do começo do jogo. Muitas vezes só andamos por corredores enfrentando Mofados, o outro tipo de inimigo do jogo, e nem as referências a Resident Evil 4 salvam a sessão de cair no tédio.

Por fim, o jogo ainda tem duas outras sessões, sobre a qual não especificarei por questões de spoilers, porém, posso dizer que estão longe da qualidade que o jogo tinha em seu inicio com o Jack. O time de desenvolvimento simplesmente parou de ter boas ideias e criou um jogo inconsistente. As duas ultimas sessões do jogo não passam simplesmente de um level com Mofados que você já enfrentou o jogo inteiro, espalhados para atrapalhar. O final do jogo não me divertiu nem um pouco, parecia que estava jogando somente para terminar. A qualidade que o jogo me apresentara nas primeiras horas de gameplay, aqui já não existe mais, sendo trocada por algo que remete a Resident Evil Revelations (1 & 2) sem criatividade alguma.


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Por falar em Mofados, aqui temos um dos maiores problemas do jogo: A falta na variedade de inimigos. Há basicamente quatro tipo de Mofados: o convencional, o bombado, o "licker" e o que se arrasta e só. O jogo fica alternando durante toda a sua extensão entre esses poucos inimigos, o que acaba ficando tedioso muito rápido. Encontro com Mofados acabam ficando tediosos, você sempre sabe o que esperar, como agir, o que fazer. Esse é um problema herdado de Revelations 2 e que poderia ter sido facilmente resolvido.
Ah e aqui coloco um adendo pessoal, como game designer. Não adianta dizer "Ah, o Resident Evil original só tinha zumbi, cachorro e Hunters". Até esses três tem mais variedades do que o encontrado em RE7, e jogos evoluem. Não queremos o padrão de 20 anos atrás. Até o próprio REmake adicionou mais variedade com os Crimsom Heads e Lisa Trevor. Ficar em um padrão tão ultrapassado, após o revolucionário Resident Evil 4, considerado (até por mim), um dos melhores jogos já feitos, é certamente um ponto ruim. Para a sequência, a Capcom deveria analisar todos os jogos da série e ver o que os faz tão especial, apesar de críticas, RE5 segue a estrutura do seu antecessor e consegue manter um padrão de ótimo jogo, sempre trazendo algo novo. Resident Evil 6, apesar de suas falhas, também sempre inova a cada parte e RE7 fica na mesmice até o final. Decepcionante.

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E por falar em decepção, as tão faladas fitas de vídeo na campanha de marketing, são quase inexistentes. Ao todo são quatro fitas, das quais duas já haviam sido liberadas em demos. As duas outras restantes, são mais interessantes que as mostradas ao público, porém a sensação de que poderia ter sido algo mais, melhor explorado continua.

RE7 é uma tentativa da Capcom de fazer um soft reboot, com poucas referências a história dos jogos antigos, modernizando elementos que fizeram sucesso e utilizando de experiências que deram certo com jogos de terror moderno. Porém o resultado é algo parecido com Star Wars O Despertar da Força. Algo que se baseia demais em seu passado e não entrega algo que agrada a todos. Assim como o maior blockbuster de 2015, RE7 ecoa no primeiro da série em questão de estrutura, porém, repetindo, assim como o blockbuster de 2015, não entrega uma experiência satisfatória por si próprio.

Uma crítica pessoal que eu tenho, para uma última parte da análise, é a vontade da Capcom em tirar o Japão de Resident Evil. O jogo é o primeiro escrito por um americano e até os personagens foram modelados de uma maneira mais americanizada se comparado com o jogo anterior, e para mim, isso é algo muito ruim.
Resident Evil fez sucesso por ser um produto japonês que gera uma visão do americano. Assim como os irmãos fazem com GTA, um jogo feito na Escócia, que retrata o povo americano, RE é uma série que retrata a América, vista por japoneses e isso faz o "feeling" do jogo. RE 1-6 mudaram em jogabilidade, gráficos e etc. Porém todos tinham um feeling parecido, que não está em RE7. Apesar do jogo ser todo construído para trazer a sensação dos primeiros jogos a tona, ele falha. Ele não parece um Resident Evil. E sim, isso é um ponto muito negativo.

Resident Evil 7 biohazard não é um jogo ruim, muito longe disso. Ele é um jogo decente, porém, que falha em carregar toda a qualidade do inicio do jogo, até o final. Questões pessoais me decepcionaram, e apesar da incrível influência de filmes americanos como Evil Dead, Massacre da Serra Elétrica e Halloween, o jogo não consegue trazer o que é necessário para ser um jogo inesquecível. Jogue, passa raiva, se decepcione. RE7 é uma experiência da Capcom, que apesar de não ser ruim, está longe do nível que os cinco primeiros jogos nos entregaram. É um passo em um direção nova e corajosa, mas não creio que é um passo na direção correta.

NOTA FINAL : 6/10

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